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Superbactérias: de onde vêm, como vivem e se reproduzem

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A resistência aos antimicrobianos é real e já é uma das principais preocupações das autoridades de saúde.

Bactérias que se tornam mais fortes por causa do uso de antibióticos de forma errada. O que pode parecer uma profecia alarmista é na verdade uma realidade nos sistemas de saúde de todo o mundo. A resistência aos antimicrobianos, especialmente a resistência aos antibióticos, é um tema que preocupa tanto os países desenvolvidos como países em desenvolvimento. O problema é mais sério em locais onde o consumo de antibióticos não é bem controlado nem orientado.

A explicação para o surgimento de bactérias mais resistentes está na teoria da seleção natural das espécies elaborada por Charles Darwin. Quando são expostas aos antibióticos, um grupo pequeno de bactérias mais fortes pode sobreviver e posteriormente se reproduzir. Isso significa que, a cada geração, as bactérias mais resistentes dão origem a outras bactérias que também são resistentes.

Quando o microrganismo é resistente a mais de um tipo de medicamento dizemos que ele é multirresistente aos antimicrobianos.

Saiba mais sobre a Semana Mundial de Uso Consciente de Antibióticos

Essa resistência pode surgir por uma mutação que dá ao microrganismo condições de resistir ao medicamento. Também pode acontecer pela troca de material genético entre microrganismos comuns com microrganismos resistentes.

O problema é mais frequente com antibióticos, mas também afeta antivirais, antifúngicos e antiparasitários. Antimicrobiano é o nome comum para todos estes medicamentos.

Por isso, o uso de antibióticos adequados para o tipo de infecção, no tempo correto e na dosagem correta é fundamental para evitar a sobrevivência de bactérias mais resistentes.

Além disso, outros fatores também contribuem para o surgimento de superbactérias. Conheça os principais:

  • Tratamento maior ou menor que o recomendado pelo médico
  • Uso de antibiótico para tratar doenças que não são infecções bacterianas, exemplo, gripe
  • Uso de antibiótico não indicado para o tipo de bactéria que está causando a infecção
  • Uso inadequado de antibióticos na área veterinária, especialmente em animais utilizados para o consumo humano
  • Falta de um bom controle de infecções nos serviços de saúde

Os serviços de saúde são locais de preocupação das autoridades de saúde quando o assunto é resistência aos antibióticos. Isso porque são locais com alta concentração de microrganismos que causam doenças e também de antibióticos de diferentes tipos.

Vai faltar antibiótico?

O principal problema da resistência é a redução das opções de antibióticos para tratar infecções por bactérias mais fortes. Cada vez que uma pessoa adoece por causa de uma bactéria resistente, o tratamento se torna mais difícil. Se esta pessoa estiver infectada por uma bactéria multirresistente, ou seja, resistente a diferentes antibióticos, é possível que não se encontre um tratamento adequado.

Quem se torna resistente? A bactéria ou a pessoa?

Quem se torna resistente é a bactéria. Se uma pessoa contrai uma bactéria resistente, o seu tratamento será mais difícil.

O que posso fazer?

As medidas para conter a resistência aos antibióticos dependem tanto dos pacientes como dos profissionais que prescrevem os medicamentos e dos outros profissionais de saúde.

Fonte: Anvisa

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Pesquisa com terapias celulares está em discussão

Como devem ser os ensaios clínicos com terapias avançadas que utilizam terapia celular e manipulação genética? Esta é a pergunta da Consulta Pública 416/2017 aberta pela Anvisa para regulamentar essas novas tecnologias em pessoas.

As terapias avançadas são aquelas que utilizam terapia celular, engenharia tecidual e terapia gênica à base de células. Isto envolve, por exemplo, a introdução de genes em uma célula para que ela trabalhe de forma diferente e interrompa a produção de proteínas defeituosas. Já o ensaio clínico é a etapa de teste de um produto ou medicamento com pessoas reais.

Na prática, estas terapias avançadas representam hoje a grande promessa de tratamento para doenças complexas e sem alternativas de tratamento disponíveis.

Segurança dos pacientes

O principal objetivo da regulamentação é garantir a segurança e os direitos dos participantes dos ensaios clínicos e assegurar que tais ensaios sejam conduzidos de forma adequada e por investigadores qualificados.

A proposta também irá envolver regras para aprovação dos protocolos de ensaio clínicos, a exigência de modificações ou interrupção dos ensaios, quando necessário, e a realização de inspeções in loco para confirmar a qualidade e a confiabilidade dos dados gerados.

A qualidade dos ensaios clínicos é fundamental para garantir que a chegada de produtos altamente inovadores que sejam seguros e eficazes.

A consulta pública 416/2017 ficará aberta para participação até o dia 7 de dezembro de 2017.

Participe da Consulta Pública sobre ensaios clínicos com produtos de terapias avançadas.

Fonte: Anvisa

Em busca do comprimido de insulina

Nosso colunista comenta as reais perspectivas de termos em breve uma insulina oral no tratamento do diabetes

Quando a insulina injetável foi desenvolvida por pesquisadores canadenses no início do século passado, muita gente achou que haviam encontrado a cura do diabetes. Embora a inovação não tenha erradicado o problema da face da Terra, não há como negar que representou um grande avanço. O tratamento com insulina fez aumentar (e muito) a qualidade e a expectativa de vida dessa população, que antes vivia refém de uma doença letal.

Décadas depois, apesar do surgimento de novos tipos de insulina, de agulhas de aplicação cada vez menores e menos dolorosas e das bombas de insulina, não é pequeno o número de diabéticos que gostariam de usá-la na forma de comprimidos. É um anseio antigo, com mais de 90 anos.

O grande desafio é que a insulina é uma proteína e, como tal, tende a ser digerida durante sua passagem pelo estômago e pelo intestino. Mas a ciência está de olho em uma possibilidade real.

Pesquisadores do Instituto Profil, na Alemanha, e do laboratório Novo Nordisk desenvolveram uma molécula de insulina oral que já está em fase de estudos com seres humanos.

Para impedir que ela seja destruída pelas enzimas do sistema digestivo e consiga ser absorvida convenientemente pela corrente sanguínea, os cientistas utilizaram uma espécie de envelope conhecido pela sigla GIPET (do inglês “Gastro-intestinal Permeation Enhancement Technology”).

A insulina oral é absorvida, então, no intestino, passa pelo fígado e ganha a corrente sanguínea para promover a redução da glicose no sangue. Vale lembrar que a insulina produzida pelo pâncreas de pessoas que não têm diabetes segue a mesma rota passando pelo fígado. Muitos estudiosos defendem que essa via é a mais adequada para a administração de uma insulina “artificial”.

Quando injetamos insulina na pele (como se faz usualmente), não ocorre tal passagem pelo fígado, o que ajuda a explicar o maior ganho de peso e o maior risco de hipoglicemia que vemos por aí.

A nova insulina oral tem ação média de 70 horas, sendo considerada uma insulina basal que deve ser tomada uma vez ao dia.

No último Congresso Europeu de Diabetes, ocorrido em Lisboa, Portugal, foram apresentados os primeiros estudos de segurança e eficácia com a medicação. As análises envolveram 50 voluntários com diabetes tipo 2 que usavam apenas medicamentos orais e ainda assim estavam descontrolados. Os pacientes tinham em média 60 anos de idade e diagnóstico de diabetes há mais de dez anos.

Metade das pessoas usou uma insulina injetável de longa duração bem conhecida e confiável – a insulina Glargina – e a outra metade usou a nova insulina oral. Num seguimento de oito semanas, os pacientes que usaram a versão oral da insulina conseguiram apresentar as mesmas reduções nos níveis de glicose sem maiores efeitos adversos. Inclusive, o número de episódios de hipoglicemia foi menor no grupo da insulina oral.

Podemos dizer que foi dado o primeiro passo para uma nova terapia promissora contra o diabetes. Essa pesquisa abre uma enorme avenida para o desenvolvimento de estudos mais completos para avaliar eficácia e segurança a longo prazo. Sem contar que há a perspectiva de testar a inovação em pessoas com diabetes tipo 1.

Mas isso são cenas dos próximos capítulos. Isso ainda faz parte do futuro do diabetes.

Fonte: Saúde | Abril

Conheça as 'superfrutas' encontradas na Mata Atlântica que pesquisadores tentam salvar da extinção

Se você já bebeu um suco de ubajaí, degustou um araçá-piranga ou já provou uma cereja-do-rio-grande, parabéns. É um dos felizardos que conhece estas frutas raras da Mata Atlântica, com efeitos tão positivos para a saúde que cientistas brasileiros apostam nelas como candidatas a novas “superfrutas” da moda.
Pesquisas feitas em parceria pela Unicamp e pela USP, determinaram que cinco espécies nativas do Brasil são ricas em antioxidantes e têm alta eficiência antiinflamatória no organismo – comparável à de estrelas do mercado de alimentos saudáveis, como o açaí e as frutas vermelhas tradicionais (morango, mirtilo, amora e framboesa).
Mas para conseguir estudar o araçá-piranga (E. leitonii), a cereja-do-rio-grande (E. involucrata), a grumixama (E. brasiliensis), o ubajaí (E. myrcianthes) e o bacuparimirim (Garcinia brasiliensis), os pesquisadores precisaram da ajuda de “colecionadores de frutas” do interior de São Paulo, já que elas são tão pouco conhecidas e consumidas que, em alguns casos, estão ameaçadas de extinção.
Um deles é o “frutólogo” Helton Josué Muniz, que cultiva quase 1,4 mil espécies de frutas raras e exóticas em sua fazenda em Campina do Monte Alegre, à oeste da capital paulista.
“Queríamos trabalhar com frutas nativas e foi uma dificuldade encontrar onde elas estavam plantadas”, disse à BBC Brasil Severino Matiasde Alencar, do Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição da Escola Superior de Agricultura (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP), um dos autores do estudo.
“Hoje, o mercado para este tipo de superalimentos é o que mais cresce no mundo, principalmente o americano. E os pesquisadores de lá ficam assustados quando veem que a gente tem uma grande biodiversidade de frutas que poderíamos apresentar ao mundo e ainda não apresentamos.”
Uma análise das folhas, das sementes e dos frutos destas cinco espécies – que ocorrem em toda a Mata Atlântica, mas têm sido mais encontradas no Sudeste e no Sul – mostrou que elas podem ser consideradas “alimentos funcionais”, também conhecidos como superalimentos.
Além de altos teores de substâncias antioxidantes, elas também possuem ação anti-inflamatória no organismo.

Pesquisadores acreditam que espécies nativas pouco conhecidas podem trazer resultados científicos e econômicos para o Brasil

“Os alimentos funcionais são aqueles que, além da função nutritiva, podem ajudar a prevenir doenças crônicas, como problemas do coração, diabetes e câncer”, disse à BBC Brasil Pedro Rosalen, da Faculdade de Odontologia da Unicamp em Piracicaba, também autor do estudo.
Estudos sobre as espécies, financiados pela Fapesp, já foram publicados nas revistas científicas Plos One e Journal of Functional Foods.
‘Novo açaí’
O principal objetivo da pesquisa com novas frutas, segundo Rosalen, era encontrar “novos açaís” – frutas nativas e altamente nutritivas que pudessem trazer resultados científicos e econômicos para o Brasil.
“Nosso alvo eram as propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias por que esta é uma grande necessidade da indústria farmacêutica. No futuro, queremos isolar e identificar as moléculas ativas que fazem parte dessas frutas, que podem se tornar medicamentos importantes”, afirma.
Substâncias antioxidantes inibem a formação de radicais livres – moléculas reativas de oxigênio que são geradas naturalmente pelo organismo ou estimuladas por fatores externos, num processo que causa envelhecimento e morte celular.
Ao longo do tempo, o bombardeio de radicais livres em algumas estruturas orgânicas pode contribuir para doenças como câncer, e artrite. O corpo humano produz antioxidantes naturais, mas não o suficiente para neutralizar completamente o processo.
A ação dos radicais livres também está relacionada com inflamações no organismo – daí a importância de substâncias que também atuem como anti-inflamatórios, explica Rosalen.
“Quando há uma inflamação, o corpo libera uma série de sinalizadores que atraem as células brancas do sangue para fazer a defesa. Mas geralmente essa migração é exacerbada e aumenta o processo inflamatório, produzindo mais destruição.”
“Descobrimos que as substâncias químicas presentes nas frutas impedem que uma quantidade exagerada de células de defesa cheguem ao local da inflamação. Por conta disso, temos um processo mais controlado. Não é que o corpo se defende menos, mas se defende na medida certa”, diz.
De acordo com os pesquisadores, a ação das frutas – se consumidas frequentemente – pode retardar os processos inflamatórios que causam doenças como diabetes, arteriosclerose e mal de Alzheimer, por exemplo.
Em parceria com colecionadores de espécies exóticas, projeto quer tornar frutas estudadas mais populares

‘Berries’ brasileiras
Segundo Alencar e Rosalen, a grumixama e a cereja-do-rio-grande, frutas pequenas e vermelhas, se destacam em relação às demais nas propriedades antioxidantes.
“Elas são como berries (como algumas frutas silvestres vermelhas são chamadas em inglês) brasileiras. São fusões da cereja com a amora. Doces, mas com um teor de ácido ideal. São minhas preferidas”, diz Severino Alencar.
A cor vermelha ou arroxeada das frutas, explica, é dada por um grupo de compostos, as antocianinas, cuja presença normalmente indica a eficiência no combate aos radicais livres.
Já o araçá-piranga – amarelado e mais ácido que os demais – tem o maior potencial anti-inflamatório, de acordo com Pedro Rosalen. “Ele reduziu a migração de células de defesa em 62%, um índice muito alto para uma fruta.”
As cinco espécies estudadas são consideradas raras atualmente, e o araçá-piranga é considerado ameaçado de extinção. Há outras 14 em estudo pela equipe coordenada pelos pesquisadores.
“Poucas das frutas que consumimos hoje são nativas do Brasil: abacaxi, maracujá, caju e goiaba. E a Mata Atlântica já está no limiar do seu equilíbrio ecológico. É urgente estudarmos as frutas deste e de outros biomas”, justifica Alencar.
Agora, a equipe de cientistas quer expandir o cultivo das cinco frutas entre pequenos agricultores e, com mais ambição, para o agronegócio. Para isso,pretendem se dedicar ao melhoramento genético das espécies.
“Compramos maçãs iguaizinhas umas às outras porque em determinado momento foi feita a domesticação da fruta. Isso é necessário para que, no futuro, elas sejam produzidas com qualidade e em quantidade.”
Procura
Para aumentar o número de produtores das novas superfrutas, os cientistas acreditam que a parceria com o Sítio Frutas Raras, do colecionador Helton Muniz, e com outro sítio no interior de São Paulo, é essencial.
“Depois que apresentamos as pesquisas, várias pessoas já nos ligaram perguntando onde podem encontrar essas frutas para consumir. Elas ainda têm um mercado muito pequeno, a ciência tem que mostrar que elas têm um diferencial”, diz Alencar.
Muniz, cujo trabalho já foi mostrado em reportagem da BBC Brasil conta que a paixão por frutas exóticas se transformou em hobby, ganha-pão e até fisioterapia – ele nasceu com um distúrbio neuromotor que dificulta seus movimentos.
Desde os 14 anos, Helton Muniz se dedica a cultivar espécies pouco conhecidas em seu sítio, no interior de São Paulo

No sítio, ele cultiva 1.390 espécies, cujas mudas vende para os interessados. O objetivo, segundo ele, é espalhar pelo Brasil moderno as frutas esquecidas pela história da culinária nacional.
“As pessoas até podem ter no quintal, mas não sabem que são frutas comestíveis. Na vida cotidiana, a pessoa pisa em cima da fruta e acha que é veneno. A fruta para elas fica na prateleira do supermercado”, disse à BBC Brasil.
Desde os primeiros resultados de Alencar e Rosalen, o “frutólogo” diz que vem aumentando a procura por informações sobre as espécies por e-mail e pelas redes sociais – Muniz responde pessoalmente a todas as mensagens na página do sítio no Facebook.
Ele diz usá-las frequentemente em sucos, geleias, bolos e até bebidas fermentadas caseiras. Mas tem dificuldade de apostar naquela que pode cair no gosto da população como o novo açaí.
“É uma cilada me perguntar qual a minha preferida, porque gosto de todas. Acho que a grumixama é minha favorita. Mas eu também aprecio muito o araçá-piranga, que as pessoas desprezam, porque tem sabor forte. Mas dá para fazer um sorvete delicioso.”
O que os cientistas da USP e da Unicamp acabam de descobrir, no entanto, Muniz afirma que já sabia.
“Pelo tipo de fruta já dá para saber se ela é boa ou não. A pesquisa preenche as formalidades do ser humano. É para comprovar isto ou aquilo. Mas pela própria cor da fruta já dá para saber se ela tem antioxidante, se é boa para a saúde. A gente vai aprendendo com o tempo.”
Fonte: UOL

Como poucas noites mal dormidas já afetam nosso metabolismo e saúde mental

Bastam poucas noites de sono conturbadas para acionar o ‘pensamento negativo repetitivo’, dizem especialistas.

Com a chegada do horário de verão, vem sempre a polêmica. Enquanto alguns celebram os dias mais longos, há quem reclame da “hora a menos” de sono ao adiantar os ponteiros do relógio.

Um estudo da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, já mostrou que os brasileiros estão entre os que menos dormem no mundo. A média é de 7h36 por noite. O que, para muitas pessoas, não é suficiente.

Muitas pesquisas sugerem que reduzir o sono, deliberadamente ou de outra forma, pode ter um impacto sério no organismo.

Algumas noites mal dormidas podem afetar o controle de açúcar no sangue e fazer com que a gente coma demais. Chegam até a bagunçar nosso DNA.

Há alguns anos, o programa da BBC “Trust Me I’m a Doctor” (“Confie em mim, eu sou médico”, em tradução livre para o português) realizou um experimento em parceria com a Universidade de Surrey, na Inglaterra. Eles pediram a voluntários que reduzissem suas noites de sono em uma hora durante uma semana.

Simon Archer, que ajudou a executar o experimento, descobriu que o fato de ter uma hora a menos de sono por noite afetou a atividade de diversos genes dos participantes (cerca de 500 no total), incluindo alguns associados à inflamação e ao diabetes.

Noites mal dormidas

Ou seja, não há dúvidas sobre os efeitos negativos da falta de sono no organismo. Mas que efeitos as noites mal dormidas podem ter na saúde mental?

Para descobrir, a equipe do programa “Trust Me I’m a Doctor” se juntou a cientistas do sono da Universidade de Oxford para conduzir um experimento de pequeno porte.

Desta vez, foram recrutados quatro voluntários que têm o hábito de dormir profundamente. Eles foram conectados a dispositivos que monitoram o sono com precisão. Nas três primeiras noites, dormiram oito horas seguidas, sem interrupção.

Já nas três noites seguintes, o sono dos participantes foi limitado a apenas quatro horas.

Diariamente, os voluntários preenchiam um questionário psicológico, desenvolvido para identificar qualquer mudança emocional ou de humor. Eles também gravavam vídeos diários.

E qual foi o resultado?

Sarah Reeve, estudante de doutorado que conduziu o experimento, ficou surpresa com a rapidez com que o humor dos participantes mudou.

“Houve um aumento na ansiedade, na depressão e no estresse. Também aumentou a paranoia e o sentimento de desconfiança em relação a outras pessoas”, revela.

“Dado que isso aconteceu após apenas três noites de privação de sono, é muito impressionante”, completa.

Três dos quatro voluntários consideraram a experiência desagradável. Mas um dos participantes disse não ter sido afetado.

“Essa semana provavelmente não me afetou tanto quanto pensei “, afirmou Josh. “Me sinto perfeitamente bem – nem feliz, nem triste, estressado ou qualquer coisa.”

Os testes realizados mostraram, no entanto, um quadro bem diferente.

As emoções positivas de Josh diminuíram bruscamente após duas noites de sono interrompido, enquanto as emoções negativas começaram a aumentar.

Desta forma, embora ele se sentisse bem, havia sinais de que ele estava começando a ser afetado mentalmente.

‘Preso’ em pensamentos negativos

O resultado do teste confirma a descoberta de um estudo muito maior, que analisou o impacto da privação do sono na saúde mental de estudantes.

Pesquisadores recrutaram mais de 3,7 mil alunos de universidades do Reino Unido que já tinham relatado dificuldades para dormir.

Eles foram divididos aleatoriamente em dois grupos. O primeiro participou de seis sessões online de Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) destinadas a melhorar o sono. Já o outro recebeu apenas conselhos padrão.

Dez semanas após o experimento, os estudantes que foram submetidos à terapia apresentaram uma redução de 50% nas taxas de insônia, acompanhada de melhorias significativas na pontuação para depressão e ansiedade, além de diminuição da paranoia e alucinações.

A pesquisa, considerada o maior estudo randomizado controlado de tratamento psicológico para a saúde mental, sugere fortemente que a insônia pode causar problemas de saúde mental, em vez de ser simplesmente uma consequência.

Daniel Freeman, professor de psicologia clínica na Universidade de Oxford, que liderou o estudo, acredita que uma das razões pelas quais a privação do sono é tão prejudicial para nossos cérebros é porque ela incentiva o pensamento negativo repetitivo.

“Temos mais pensamentos negativos quando somos privados de sono e ficamos presos neles”, explica.

Ele não acredita, no entanto, que algumas noites mal dormidas signifiquem que a pessoa vai ter uma doença mental. Mas, segundo ele, o risco de fato aumenta.

“A cada noite, uma em cada três pessoas está tendo dificuldade para dormir. Talvez 5% a 10% da população geral tenha insônia. Muita gente lida com isso e segue com suas vidas. Mas isso aumenta o risco de uma série de dificuldades relacionadas à saúde mental.”

Mas há também o lado positivo. A pesquisa mostra que ter uma boa noite de sono pode ajudar a melhorar a sensação de bem-estar.

Norbert Schwarz, professor de psicologia da Universidade do Sul da Califórnia, faz uma metáfora.

“Ganhar US$ 60 mil (R$ 196 mil) a mais por ano tem menos efeito na sua felicidade diária do que uma hora a mais de sono por noite”, afirma.

Sendo assim, tenha uma boa noite.

Fonte: G1

ANS anuncia novos procedimentos que planos de saúde deverão cobrir

Serão acrescentados 18 procedimentos à lista obrigatória a partir de janeiro de 2018. Medicamento para tratamento de esclerose múltipla integrará a lista pela primeira vez.

Agência Nacional de Saúde (ANS) divulgou nesta terça-feira (7) uma nova lista de procedimentos que deverão ter cobertura obrigatória pelos planos de saúde a partir do dia 2 de janeiro de 2018. Foram acrescentados 18 procedimentos à lista, entre exames, terapias e cirurgias.

Também será ampliada a cobertura para outros sete procedimentos, incluindo medicamentos orais contra o câncer e um remédio para tratamento de esclerose múltipla, algo inédito no Rol de Procedimentos, segundo a ANS.

Com relação ao preço, a ANS diz que após a ampliação dos procedimentos obrigatórios há uma avaliação que dura um ano. Caso seja identificado um impacto financeiro depois desse prazo, será feita uma avaliação para o cálculo de reajuste no ano seguinte. Por isso, por enquanto, não haverá alta nos valores.

Confira os principais procedimentos incorporados à lista

Câncer

  • 8 medicamentos orais para tratamento de cânceres – pulmão, melanoma, próstata, tumores neuroendócrinos, mielofibrose e leucemia (afatinibe, crizotinibe, dabrafenibe, enzalutamida, everolimo, ruxolitinibe, ibrutinibe e tramatinibe);
  • Tomografia Computadorizada por Emissão de Pósitrons (PET-CT) para diagnóstico de tumores neuroendócrinos.

Esclerose múltipla

  • Medicamento imunobiológico (natalizumabe).

Olhos

  • Quimioterapia com antiangiogênico e tomografia de coerência ótica para tratamento do edema macular secundário, retinopatia diabética, oclusão de veia central da retina e oclusão de ramo de veia central da retina;
  • Radiação para tratamento de ceratocone.

Mulheres

  • Cirurgia laparoscópica para tratamento de câncer de ovário (debulking);
  • Cirurgia laparoscópica para restaurar o suporte pélvico (prolapso de cúpula vaginal);
  • Cirurgia laparoscópica para desobstrução das tubas uterinas;
  • Cirurgia laparoscópica para restaurar a permeabilidade das tubas uterinas.
  • Pesquisa em líquido amniótico por PCR: exame laboratorial para o diagnóstico da toxoplasmose gestacional.

Crianças

  • Endoscopia para tratamento do refluxo vesicoureteral, doença relacionada a infecções urinárias;
  • Terapia imunoprofilática contra vírus sincicial respiratório (palivizumabe).

Cobertura obrigatória

A nova cobertura atenderá 42,5 milhões de beneficiários que possuem planos de assistência médica e 22,6 milhões que têm planos odontológicos, de acordo com a ANS.

Caso a agência identifique impacto financeiro, a inclusão de novos procedimentos à lista será avaliada no cálculo do reajuste das mensalidades do ano seguinte.

A multa prevista para as operadoras que não cumprirem a cobertura obrigatória é de R$ 80 mil por infração cometida.

A atualização do Rol de Procedimentos é feita após discussão pelo Comitê Permanente de Regulação da Atenção à Saúde (Cosaúde), composto por representantes do governo, do setor de saúde suplementar e de órgãos de defesa do consumidor.

Após essa etapa, o tema passa por consulta pública para manifestação da sociedade. A Consulta Pública nº 61 ficou disponível entre 27 de junho e 26 de julho de 2017 e recebeu 5.259 contribuições online – 53% de consumidores, 26% de contribuintes que se identificaram como “outros”, 13% de prestadores de serviço, 4% de servidores públicos, 3% de operadoras de planos de saúde e 1% de gestores.

O Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde é obrigatório para todos os planos de saúde novos, ou seja, aqueles que foram contratados a partir de janeiro de 1999 ou que foram adaptados à nova legislação (Lei nº 9.656/98). A lista é atualizada a cada dois anos.

O consumidor precisa entrar em contato com a ANS. Seguem os canais:

Fonte: G1